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sábado, 8 de janeiro de 2011

A velha história do patinho feio.


Nunca fui exatamente uma garota bonita. Quando criança talvez até enganasse bem, mas conforme ia crescendo era evidente: enquanto todas as minhas amigas pareciam ter um jeito natural pras coisas comuns a meninas da nossa idade, eu era sempre a desajeitada. Sou baixinha e magricela, dificilmente deixava o cabelo crescer e mesmo me vestido igual a todo mundo, eu parecia estranha. Sempre fui timida e muito raramente contava mais do que cinco contatos numa turma. Fui a ultima a beijar, arrumar namorado, usar sutiã. Sempre ali, meio capengando, meio sendo a amiga esquisitinha.

Mas sinceramente? Não é uma coisa da qual eu me queixe. Penso que talvez, se eu tivesse sido a amiga bonita e simpática, não tivesse me permitido tantas coisas. Já tendo mesmo a consciencia de que eu não dava pra ser uma pessoa normal, sempre me permiti inovar. Talvez, e só talvez, a ausência de beleza tenha criado algo bonito em mim. Um visual, um gosto , uma personalidade diferente. Criou em mim uma especie de ousadia que eu não teria se tivesse ouvido um "como você é linda" a vida inteira. Aos poucos, construi beleza em mim de uma forma diferente e penso sinceramente que seja mais divertido assim. Existem muitos padrões por aí, e em algum lugar alguem vai ver isso. Mas não importa, desde que eu mesma veja.

E quando volta e meia bate aquela insegurança na hora de sair pra balada com as amigas, é só lembrar que o importante mesmo é abrir aquele sorrisão e se divertir porque a beleza tambem é uma questão da sua atitude em relação ao mundo lá fora, certo?