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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A revolução de cabelo rosa.


Quando eu tinha 11 anos, escrevi uma espécie de livro. Começou com um trabalho de escola e eu acabei escrevendo uma versão maior em casa, no meu velho Windows 98. Hoje estava meio brisando numa aula de literatura e de repente um termo estranho me veio a mente: "a revolução de cabelo rosa". Por uns minutos tentei me lembrar que diabos de nome cafona era esse e então me deu um estalo: era o nome de um dos capitulos do tal livro, escolhido por uma colega de classe na época.

Era uma história simples, mas vamos ver se vocês acompanham meu raciocinio: tratava-se basicamente de uma garota desastrada, fã da Califórnia, com piercing no nariz e o cabelo preto lotado de mechas cor de rosa. Mesma garota essa que acabava envolvida com um cara cabeludo, roqueiro, tatuado e estranho. Sentiu alguma semelhança com a minha vida real? Eu também. E ri pra caramba no meio da aula.

Me lembro que quando escrevi isso, no auge da minha quinta série, eu realmente achava meus personagens principais adoravelmente descolados, dignos de viver tudo aquilo que eu realmente achava que era estranho. E talvez fosse, pra quem estava na quinta série.

Só seis anos se passaram desde então. E completamente independente dessa historia, eu me tornei uma garota desastrada, de cabelo rosa, piercing e namorado roqueiro estranho. Mas agora, isso me parece completamente normal. E se você parar pra pensar bem... isso é normal!

Muitas meninas bem novinhas me procuram pra dizer que os pais acham estranho o estilo que elas querem ter, que não deixam elas pintarem cabelo ou coisa assim. Mas sinceramente? Talvez isso não seja ruim, cada coisa tem seu tempo. Acho que naturalmente você vai se tornar aquilo que gosta quando você realmente pertence a aquilo ali, independente de ser agora ou mais tarde. É só dar tempo ao tempo, esperar um pouco e ocupar sua mente com outras coisas. Porque quando você menos esperar vai ter se tornado quem sempre quis. Ou melhor, vai se dar conta de que sempre foi o que queria ser e ainda não tinha descoberto.