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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Olhando fotos de quando era criança, percebi que nunca fui uma princesa. Quis ser Sailor Moon, Jedi, pirata, elfo e gueixa, quis ser até Spice Girl (!) mas nunca andei vestida de Cinderela por aí.  Quando comecei a crescer, quis ser Sable Starr, Rita Lee, Joan Jett. Me sentia desajeitada demais, com a nuca toda suja de tinta e  o tênis enlameado. Tinha vergonha até da minha sombra e por isso não queria que os outros me vissem usando sombra por aí. Não sei o que eu pensava, talvez que alguma delicadeza fosse corroer meu cérebro anarquista cheio de reclamações a fazer. Besteira. Com 15 anos comprei minha primeira coroa de plástico e até hoje não sei porquê. Com 16 percebi que parecer uma princesa não era tão mal assim. Comprar um par de sapatos (sem lama!) e um vestido, me preocupar com as amigas e pequenos romances, decorar a casa com balões coloridos se isso me deixa feliz, manter alguns centímetros de cabelo... nada disso me tornou sem graça como eu achava que seria a vida toda. Foi aí que eu percebi que equilíbrio é a chave pra tudo no mundo e que depois de querer ser tanta coisa diferente,  eu queria sim ser um pouco princesa. Porque você não precisa ser forte o tempo todo, não precisa provar pro mundo vinte e quatro horas por dia que você é diferente. Se cuidar um pouco as vezes cai bem e ajuda a manter tudo suportável. A beleza é contagiante e isso não tem a ver com genética e sim com se permitir. Então, que toda garota se permita ser um pouco princesa assim como se permite ser heroína e aguentar de tudo também. Porque um pouco de açúcar sempre torna as coisas mais legais.