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sábado, 17 de março de 2012

O que eu levei anos pra entender.

Quero contar pra vocês sobre meu antigo diário. Foi a primeira e única vez que eu mantive um, escrito durante todo o ano de 2007. Depois disso, passou foi tempo e eu peguei o hábito de sempre voltar a ler suas páginas pra gargalhar de algumas coisas realmente estúpidas que eu tinha escrito.

Ontem, peguei o tal diário outra vez. Achei um ou outro texto que eu nunca tinha parado pra ler de novo. Talvez por achar que já sabia do que se tratava. Um deles era sobre péssimas escolhas que eu tinha feito pra mim, sobre saber disso, porque tinha feito e sobre como não conseguia ser diferente. Era um texto grande, apontando uma falha que me fazia sofrer muito e no fim dele tinha a promessa de que a partir daquela última linha eu seria diferente.

Cinco anos se passaram desde que esse texto foi escrito e quando eu parei pra ler, inacreditavelmente aquele "defeito" citado ali ainda me atormentava hoje. Me fez chorar em meio a uma multidão exatamente uma semana antes. Não pude deixar de pensar "sua estúpida, se você já sabia disso aos 13 anos, porque não consegue parar de agir assim?". Pensei um pouco, e ainda meio confusa eu sorri.

O defeito do qual eu tanto queria me livrar, era a absurda capacidade de não ficar com raiva das pessoas mesmo quando elas me faziam mal. Queria sentir raiva, pra revidar e machucar da mesma forma, mas sempre acabava achando um dos possiveis motivos dos outros. Fui dormir e ainda estou aqui sem ter muita certeza se esse detalhe do qual eu queria me livrar é bom ou não,  mas acho que agora eu vejo o que não via lá atrás: nem tudo se resolve pagando na mesma moeda.