Amei meu primeiro namorado como quem ama um príncipe encantado. Queria me casar, veja só quanta inocência... deu tudo errado. Ao segundo namorado, amei como criança que morre de medo e corre para abraçar o irmão mais velho. Não deu certo, mas irmãos fomos, até o dia em que ele resolveu deixar de ser irmão para virar anjo da guarda. O terceiro, amei com medo e mágoa, não surpreende que tenha sido tão triste. O quarto, amei como quem tem fome. Queria agarrar ele e o mundo ao mesmo tempo. Queimava a loucura dentro de mim, mas como toda fogueira, apagou e bem rápido. Nada restou.
O quinto chegou no quinto ano após o primeiro. Fez bagunça, fez sofrer. Fez desenhos no meu corpo e no coração. A ele, amo com plenitude e os pés no chão. Não no chão liso da coerência porque o amor não faz sentido, mas descalça no chão de terra, correndo e sentindo tudo o que tiver. Amo como quem encontrou um lugar para pertencer. Não como amei nenhum outro, porque antes eu não sabia como permanecer, e não sabia como amar. Dessa vez amo e fico, porque quero ficar. Ele permanece até agora, no sétimo ano após o primeiro. Permanecerá. E nele permaneço eu. Porque não há nenhum outro lugar que eu gostaria de estar que não fosse ao seu lado.
É como já tocavam os Beatles, algumas histórias que vieram antes são boas mas "in my life, I'll love you more". Sempre tem um sorvete preferido, um lugar, um cheiro... e um amor que a gente vai amar mais, não importando o amor dos outros. E é desse que eu quero ficar junto enquanto estiver por aqui. E se existe depois, é ele também.