Páginas

quarta-feira, 26 de março de 2014

Nostalgia moderna

Sinto saudades do flickr. Mais saudade ainda sinto do fotolog, do flogão, e do webblogger, que eram moda antes dele. E do dolls.com.br?! Não tinha uma menina da quinta série que não fosse viciada naquilo, eu jurava que ia ser estilista por causa daquelas bonecas. Até hoje também não tenho ideia de como sobrevivi aos muitos desconhecidos pra quem eu contava minha vida no chat da uol. Também não sei quantas vezes eu me apaixonei por seres totalmente inexistentes, de livros e filmes, que protagonizavam as fanfics tão adoradas dos foruns de anime ou qualquer coisa nerd.

Moderno era trocar cds gravados em casa, ficar escutando  e sofrendo pra achar o nome das musicas, até hoje não descobri um monte delas. Usar foto de desenho animado no orkut, aquelas correntes pra clicar no peixinho (dessas eu confesso que não sinto saudade). Comunidades totalmente inúteis tipo "cabras não tem muitas ambições", ou comunidades em homenagem ao melhor amigo, que ninguém nunca entrava. Aliás, cito comunidades do orkut até hoje e ninguém entende.

 E quem nunca mandou uma - ou mil - indiretas no subnick do msn? Parece que isso é coisa de um século atrás, mas em 2011 a gente ainda usava.  Já sem os mil emoticons pra cada letra que eram moda no começo, graças a Deus. Na verdade, antes do msn, descolado era o ICQ com aquele barulho de despertador do Bob Esponja quando conectava. O barulho era ótimo pra acordar, porque a internet era tão lenta que eu dormia enquanto esperava conectar. Você tinha que decorar quase uma equação pra fazer login e aquilo parecia moderno! Não vou nem mencionar que a gente tinha que ficar acordado até de madrugada pra se conectar de graça com provedores bizarros tipo Ig e Digerati. Essas coisas ainda existem? Dobraram o cabo da boa esperança junto com o movimento emo, eu acho. Aliás, cadê o emoponto, o diwali e o dibob que a gente se matava pra baixar? 

 E assim se vão pelo menos dez anos desde que chegamos a "modernidade". Em 2005 o futuro parecia ter chegado, mas celulares com televisão pareciam coisa de outro planeta. E aos poucos as nossas saudades vão mudando. Se antes os adultos sentiam saudade de sei lá, usar discos de vinil e mandar cartas, hoje a gente já pode sentir saudade da internet. E assim caminhamos pra quando o whatsapp for ridiculamente obsoleto e nossos filhos se perguntarem como a gente vivia antes de qualquer coisa que nunca nos fez falta na juventude. Pelo menos até agora.